Minha Morte!Sua Loucura!

Capítulo 13



Capítulo 13

Enroscada em um banco do hospital, passei a noite.

Ao despertar no dia seguinte, estava com febre alta.

Meu celular ficou silente a noite toda, Adonis nem mesmo fez uma ligação.

“Irmão…” – Sentada no banco, telefonei para o meu irmão mais velho: “Sabe aquela história de ir estudar no exterior? Refleti bastante sobre isso.”

“Luna, você está resfriada?” – Alceu perguntou preocupado, talvez notando algo estranho na minha voz.

“Sim, peguei chuva ontem, hoje estou um tanto debilitada.”

“Onde você está? Posso levar remédio para gripe” – Alceu parecia ansioso.

“Irmão, se eu enviar minha inscrição hoje, quando posso viajar?” – Eu estava impaciente.

Na verdade, naquele momento, já pressentia que, se não partisse, poderia falecer.

Perecer nas mãos de Adonis.

Eu desejava viver bem, queria me afastar de Adonis.

Se partisse, tudo chegaria ao fim.

“Se você se inscrever agora, em dois meses deve sair a notificação de aprovação, vou pedir ao professor para agilizar. Assim que recebermos a notificação, comprarei sua passagem” – Alceu ainda estava preocupado: “A gripe está forte? Quer que eu vá te buscar?”

“Não precisa, irmão… estou no hospital, obrigada.”

Eu pensava que, em dois meses, poderia abandonar para sempre a Cidade Labirinto, escapar dali, fugir de Adonis.

Após desligar, deixei o hospital.

Caminhando pelo beco ao lado do hospital, subitamente senti–me desorientada, sem rumo definido.

Meus pais haviam morrido em um acidente de carro, a casa foi vendida, a indenização pela morte já tinha sido usada para pagar dívidas, sem a Família Tavares, eu não tinha para onde ir.

Nem mesmo sabia onde era minha casa.

Com uma forte tontura, assentei–me num cantinho e encostei–me na parede para continuar adormecida.

Não sei por quanto tempo dormi, mas ao despertar, havia um casaco antigo, porém claramente lavado com zelo, cobrindo–me.

Olhei ao redor e constatei que o beco estava deserto, sem ninguém.

Erguendo–me, notei ao lado um saco plástico contendo dois pães.

Sorri amargamente e senti–me resignada, talvez alguém bondoso tenha pensado que eu fosse uma mendiga…

Mendiga?

Parece que sim.

Adonis certa vez disse que, morando na casa dele, comendo e usando o que era dele, qual a diferença entre eu e uma mendiga?

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Dobrei as roupas do benfeitor anônimo e as deixei num lugar limpo, junto com os dois pães.

Se a pessoa retornasse, provavelmente levaria consigo.

Apoiando–me na parede, dei alguns passos e ouvi um ruído atrás de mim. Ao voltar o olhar, vislumbrei uma sombra alta e magra de capuz se escondendo rapidamente.

Sem pensar muito, saí do beco e peguei um táxi na rua.

Quando retornei à residência da Família Tavares, Adonis também estava presente.

“Adonis, onde está Luna? Por que ela ainda não voltou? Não retornou para casa durante toda a noite” – Elza estava preocupada.

“Ela já é adulta, será que morreu?” – Adonis estava visivelmente irritado.

Eu encontrava–me do lado de fora da porta, observando Adonis impaciente, e suspirei.

“Senhora Luna, há alguém lá fora procurando por você, disse chamar–se Alceu, seu irmão mais velho” – A empregada me avistou parada na porta e vejo me informar.

Surpreendi–me e corri para fora.

Por que meu irmão havia vindo?

“Irmão…” – Corri até a porta e avistei Alceu segurando remédios à minha espera.

“Comprei remédio para gripe” – Alceu sorriu.

Senti–me grata e estendi a mão para receber o remédio.

“Nossa Família Tavares ainda não está tão desamparada a ponto de precisar que você traga remédio para gripe” – A voz fria de Adonis ecoou atrás de mim.

Não sabia quando ele havia saído, mas com sua aproximação, todo o meu corpo se tensionou.

“Adonis, Luna está com gripe, não precisa falar dessa forma” – Alceu franziu a testa.

“Heh, ela está com gripe, e o que você tem a ver com isso? O que você é dela? Tão preocupado? Dormiram juntos?” – Adonis falou de propósito para me deixar enojada.

Lágrimas encheram meus olhos enquanto encarava Adonis: “E o que sou para você, para falar assim do meu amigo…”

Adonis franziu a testa, provavelmente surpreso por minha contrariedade: “Ah, Luna, agora você se acha esperta? Qual é a nossa relação mesmo? Devo anunciar para todos que já dormi contigo, ou lembrar que você viveu na minha casa como uma mendiga durante tantos anos?”

Eu o encarei, respirando com dificuldade, a desesperança tremendo em meu olhar.


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